
APÓS FALTAR A 3 DEPOIMENTOS À CPP, PREFEITO VAI A SUA EMISSORA DE RÁDIO COMEMORAR LIMINAR DA JUSTIÇA QUE DETERMINA SUSPENSÃO DE INVESTIGAÇÕES ATÉ QUE A LOA SEJA VOTADA PELA CÂMARA
O Prefeito de Jaguarari, Everton
Carvalho Rocha (PSDB), com uma administração repleta de denúncias e queixas por
parte da população, se viu diante de uma situação inusitada em toda a região:
12 dos 13 vereadores tornarem-se oposição ao seu governo impopular e sem
nenhuma obra, mesmo com um orçamento de 90 milhões. O início da ruptura dos
edis com o executivo se deu por conta dos exageros financeiros com gastos
excessivos em festas, descumprimento de metas de trabalho para a população e falta
de transparência na aplicação do erário público.
Por diversas vezes, reuniões entre os
vereadores e o executivo aconteceram, mas nada do que era pontuado, para a
melhoria dos serviços ao povo eram colocados em prática, basta ver a ausência
de carros da saúde na maioria das comunidades, atrasos constantes de pagamentos
a funcionários e fornecedores (exemplo claro as empresas que prestaram serviços
no São João e São Pedro), várias empresas terceirizadas a valores muito acima
do mercado, falta de suporte adequado à saúde (a exemplo do hospital municipal
que sequer foi pintado em 12 meses), mudanças repentinas de secretariado e a falta
de obras em todo o município.
Diante do caos e da insatisfação
popular com o governo Rocha e com as evidências de irregularidades, em novembro
chega à Câmara uma denúncia formal por contratação e pagamento a uma empresa na
locação de veículos, feitos tudo, conforme a denúncia, de forma dolosa ao
dinheiro do povo. Sem mais, o Legislativo acatou a denúncia e a partir daí deu-se
início a uma “guerra” midiática do prefeito contra os vereadores: de um lado o
prefeito, detentor da outorga da única emissora de rádio, que pautou todas as
edições a crivar os trabalhos dos vereadores de críticas, taxando-os de toda a
culpa pelo caos administrativo do município, e por outro, a população induzida
por informações parciais de um jornal conduzido por um funcionário comissionado
e dirigido pela esposa do dono da emissora, a Câmara viu-se diante de um inimigo
com um poder de força desproporcional, o que fazer então?
Na contramão de tudo o que pregou antes
do mandato, o prefeito passou a evitar ser notificado e quando foi, conseguiu
atestado médico (não se sabe ao certo se a enfermidade atestada de fato
procedia, haja vista as circunstâncias) que o safou duas vezes de depor a
Comissão Processante.
Por duas vezes também, aliados tentaram
cancelar a Sessão que acatou a denúncia, em uma delas a Justiça de 1º Grau acatou
e em 2ª Instância o TJ-BA derrubou. A outra tentativa em 1ª Instância foi
negada e ontem (31), no TJ-BA mais uma derrota.
Mas, pautado em argumentos que deveriam
ser usados contra si, o caos da administração pública, advogados do prefeito
conseguiram uma liminar da Juíza de 1º Grau determinando a votação em 24h da
LOA e o que mais interessou ao prefeito investigado: a suspensão dos trabalhos
investigativos da CPP até que seja aprovada a LOA. Sem perder tempo e
aproveitando-se da prerrogativa de ser o maior acionista da emissora local e
contar com a administração desta por sua esposa, o prefeito Everton Rocha foi
até a rádio, pessoalmente dá a notícia em primeira mão, na cidade fogos (para
uma administração que dizia não ter recursos por não ter a aprovação da LOA) anunciavam
a vitória momentânea, em Pilar não foi diferente: mais fogos e menos trabalho
ao povo.
Enquanto saia a decisão anunciada na
rádio pelo seu dono, o prefeito, os vereadores partiam de Salvador de onde
foram em busca de projetos e obras, perante o Governador Rui Costa e o
Secretário e Vice-Governador, João Leão, para o desenvolvimento do município,
função esta que deveria ser do executivo, que quase sempre está em Salvador
apenas para resolver problemas de interesses próprios.
A Sessão que deveria ter acontecido,
independentemente de Liminar Judicial, não houve. Como 10 vereadores arriscavam
as suas vidas no retorno de Salvador, após reuniões com o Governador e Vice,
ontem e hoje, não houve quórum suficiente e nem mesmo a Liminar poderia ser
cumprida, pois os edis não tiveram condições de serem notificados e nem assim
podiam, já que retornavam com boas notícias para o povo jaguarariense.
Estranhamente o prefeito de Jaguarari,
Everton Rocha, só se faz presente no município quando a “maré lhe favorece”,
evita ao máximo ser ouvido e curtir a prerrogativa constitucional de apresentar
o seu direito de defesa perante as acusações, ao que percebe temer alguma coisa
diante das acusações e provas apresentadas. Enquanto o prefeito tanto cobra uma
postura exemplar, poderia, como sempre pronunciava nos microfones de sua rádio,
ser o exemplo e comprovar para aquela pequena parcela da população que ainda lhe
dá algum crédito e poderia ter aproveitado o espaço para responder as duas
perguntas da locutora do jornal de sua rádio quanto ao valor real da parcela do
1/12 (um doze avos), o que ficou evidente que o interesse do gestor é manter a
população que ainda dá alguma credibilidade as informações divulgadas na única
emissora de rádio do município, a qual pertence ao próprio prefeito e é administrada
por sua esposa, a primeira dama do município.
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